quinta-feira, dezembro 22, 2005

Imagino-te,

baseado em fragmentos de memória, indicios factuais trémolos , instáveis e inconclusivos, que permanecem na antecâmara da perplexidade e de outras emoções flutuantes, tais como, saudade, espanto, culpa, desejo, ternura... Posted by Picasa

segunda-feira, dezembro 19, 2005

É saudavel

vacilarmos e duvidarmos de tudo aquilo que temos por adquirido desde que não nos deixemos paralizar pelo medo do desconhecido, que nao promove a mudança nem nos leva a parte nenhuma.

          É verdade que para muitos de nós, pode ser mais cómodo ir andando pela vida, gastando o que ganhamos sem grandes averiguações ou reflexões. Pôr em causa atitudes, analisar sentimentos e comportamentos seria como que abrir uma caixa de Pandora, indesejável.
     E depois há tambem quem, sentindo-se ameaçado, se agarre á sua verdade, ás tradições dos antepassados, a uma visão estática do mundo. Temos, de facto, tendência para nos fecharmos nos nossos conceitos e preconceitos, o que, aparentemente, nos faz sentir menos perdidos

Claudia Freitas (xis 05.12.17)

Vendetta

 se possivel, grelharia o pedófilo lentamente, em lume muito brando, regando-o com água rás...
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sábado, dezembro 17, 2005

A raiva é tanta

     que se calhar escangalho o teclado ao postar isto.
     Ontem, fechei a torneira do duche matinal e estendi a mão para a toalha, que não estava lá. De repente lembrei-me que a tinha deixado ficar ao lado da televisão, na noite anterior, sendo que, tiritando e salpicando, lá fui ao seu encontro. Enrolei-me nela e liguei a tv. Sequei-me, vesti-me. Batiam as sete e começava o jornal da manhã...
     Ao mesmo tempo que vertia cereais p’rá tijela, deu para perceber a certa altura que um pai violara a filha, lá p’rós lados de Viseu. Tentei prestar atenção mas já se falava no Cavaco, Soares, TGV, Ota, etc.
     Hoje, depois de almoço, deu para ler um artigo sobre o caso, com mais detalhe. Estarreci (outra vez).
     A filha, que afinal era uma bebé, aquando de uma ida ao hospital, foram-lhe detectados sinais de má nutrição, falta de cuidados higiénicos e indicios de crueldade. Alertada uma tal comissão de protecção de menores, resolveu vigiar o caso e entregar a tutela da bebé á avó, já que a progenitora era debil mental.
     Mas... a avó morava na mesma casa, pasme-se, sendo ela quem trabalhava para a família. Apenas ficava com a criança á noite.
     A bebé foi sendo torturada sob a supervisão da protectora de menores, indo novamente ter ao hospital, só que desta vez... em coma, com lesões cerebrais QB, lesões óculares que indiciam possivel cegueira e abuso sexual... a um ser com menos de 50 (cinquenta) dias...
     Bem, as teclas aguentaram, mas o JD não vai conseguir.
     Que filha de putisse!!! Posted by Picasa

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Porque sim!

 Ora! Sempre assim foi e é logico que assim continue a ser, não? Era a voz esganiçada da funcionária da repartição, que se dirigia a mim sem me olhar. O seu tom agudo resultava vago, intricheirada numa expressão sem significado, com sobrancelhas arqueadas, testa enrugada- imagem do seu desempenho.Posted by Picasa

quarta-feira, dezembro 14, 2005

O ar

gélido rente ao musgo, dava tons azulados á paisagem que era quase manhã.


Há, no caos em que mergulhados estamos, alguma réstia de bom senso a seguir como referência libertadora? ou é ele uma frequência diferente do mesmo caos que afinal impera sobre tudo e todos, sendo o tal bom senso, nada mais que uma manifestação patológica a nivel de interpretação?...

sábado, dezembro 10, 2005

A caixa

 
 Posted by Picasa O imediato apressa
     A urgência precipita
     A dúvida permanece
Submergido em dilemas, enfrento perplexidades que se afiguram inéditas e rejuvenescidas
     Manhâs há em que o céu permanece azul , para lá da poeira nocturna que ás vezes demora a assentar.
A uma cadência indeterminada, sorvo o ar que me é permitido, e que já escasseia.

     Diziam que a memória é a referência que nos faz sobreviver...
     Lá fora chove. Dentro, transbordo de reticências que escorrem para o charco esverdeado dos factos adquiridos, onde flutua a boceta de pandora, para onde eu ás vezes espreito...  junto com segredos, mistérios, quimeras e estupores, adivinha quem está lá. Grotesco como todas as reticências, I only was the one to blame.

     Desejo vida eterna aos meus inimigos e quero esvaziar a caixa, porque não há eternidade que a valha, por mais breve que seja

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Brrrr

     O frio arrefece-me os membros e o mal estar acentua-se.
     Bolas, será que a temperatura desceu assim tanto ou é a quimera aburguesada que me aviva a consciência, para que não abandone o meu relativo conforto?
     Consequentemente penso em multidões de sem abrigo, que tremem silenciosamente com expressões vidradas de tanto tiritar.
     Na rádio, os acordes de um saxofone transmitem-me relativização QB.
     Imagino as vitimas dos terremotos no Paquistão. Decerto alguem sobreviveu sob os escombros. Seres vivos encurralados... com frio... há vários dias... até que o limiar da percepção, o limbo da consciência se vá esbatendo, se dilua, até que o azul tome conta de tudo, ou pelo menos que a unificação universal chegue (ao que parece, é negra- o negro é a negação da cor, ou é o branco?).
     Esta imagem sismica lembra-me a comemoração que cá se faz.
     E se de facto a periodicidade se verificar agora e o fenómeno telúrico acontecer?- deve estar aí mais década menos década, não?
     Cá não faz tanto frio como no Paquistão- cá é mais Serra da Estrela... comparada com os Himalaias... brrrrrrr.

Telly

     Pasmo a cada dia. A televisão é o centro de tudo.
     O poder está no telecomando na nossa mão- na ponta do dedo que prime o canal que vai debitar tudo o que queremos saber, o que não queremos, o suspeito, o que não imaginávamos. Repare-se, é como que o ditame que nos vai fazer agir em conformidade...
     É a televisão que nos poupa a esforços e nos invade a mente, como contrapartida. Cómodamente, aceitamos a “realidade” que nos é oferecida...